INDISPONÍVEL

sábado, 22 de outubro de 2011

Arte do labirinto renasce como fonte de renda para alunas do MOVA

Professores e alunos identificam as principais necessidades da comunidade.
Falta de trabalho fez ressurgir essa tradição na vida das mulheres.

Os educadores se esforçam para alfabetizar jovens e adultos do Nordeste, região do Brasil que concentra o maior índice de analfabetismo. O município de Icapuí, a 200 quilômetros de Fortaleza, capital do Ceará, tem cerca de 18 mil habitantes. O MOVA Brasil chegou ao lugar em março e forma turmas com o máximo de 25 educandos. O curso tem duração de dez meses. Nas salas, com alunos de idade que varia entre 15 e 80 anos, todos aprendem juntos.
O educador Francisco Edson Medeiros é pescador de camarão e conhece bem a comunidade. “Isso é uma soma que leva as pessoas a ter uma visão de mundo ampla e entender até a si mesmo”, diz.
Mil e trezentos educadores trabalham no MOVA Brasil, o projeto de alfabetização de jovens e adultos, com 170 no Ceará. A cada dois meses, são realizados encontros de formação e de capacitação. Para ser um monitor é preciso tem mais do que um diploma.
“O significativo é que ele tenha o seu curso fundamental, que conheça sua realidade e que tenha uma vivência na comunidade. Eles passam por uma pré-seleção, fazendo uma leitura desse perfil. Nós vamos olhar também para a capacidade de criatividade e qual a proposta do candidato de ver a educação”, explica Maria Inez de Lima Almeida, coordenadora do Mova Brasil – Pólo Ceará.
Identificar as necessidades de uma comunidade e criar uma nova turma é função dos coordenadores de cada estado. O MOVA é mais do que um projeto de educação e cidadania. Juntos, professores e alunos de cada lugar identificam as principais necessidades da comunidade. O principal problema de Icapuí era a geração de renda. Faltava trabalho. Foi assim que o labirinto, uma antiga tradição, renasceu na vida das alunas.
“O labirinto para mim foi uma coisa muito importante. Eu me criei fazendo labirinto, minha mãe era labirinteira, minhas avós e minhas irmãs. Na época que eu era criança, eu já fazia labirinto e me vestia, me calçava de labirinto”, recorda a labirinteira Elisabete Maria de Souza.
Ninguém sabe ao certo o número de labirinteiras de Icapuí, mas graças ao trabalho de retomada desta cultura, elas sonham com a criação de uma associação. “Nossa intenção é fazer com que elas tenham o acesso direto para o mercado e tenham uma renda melhor”, diz Medeiros.

0 comentários:

Postar um comentário